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Cronicamente Fabulosa

Tenho fibromialgia, mas também sou fabulosa e esta é a grande aventura que é a minha vida.

Cronicamente Fabulosa

Tenho fibromialgia, mas também sou fabulosa e esta é a grande aventura que é a minha vida.

Cronicamente destrambelhada

por AF, em 26.06.17

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Yoga. Já todos ouvimos esta sugestão certo?

"Já experimentaste fazer yoga? Faz maravilhas pelo corpo!"

A parte que não nos explicam ou que, muito provavelmente, não sabem é que praticar esta espécie de "ginástica" nos obriga a alongar o corpo e mantermo-nos vários segundos em posições desconfortáveis e um tanto duvidosas.

Não me interpretem mal, eu sempre quis fazer yoga! Isto até, claro, ter instalado uma aplicação no meu tablet que me dava aulas grátis e bastante completas com diferentes sequências e umas tantas posições ditas básicas. E seriam ridicularmente fáceis não fosse o caso de eu ter (sim, adivinharam) fibromialgia.

Deixem-me explicar-vos. Neste momento estou a passar uma pequena (espero) temporada em casa graças às maravilhosas dores da fibromialgia que me fazem sentir como se tivesse sido atropelada por um comboio. Sim, é tão agressivo como digo. Portanto, por indicação dos médicos especialistas decidi que seria uma óptima oportunidade para tentar melhorar através de técnicas naturais e alternativas que só podem fazer bem ao nosso corpo.

Liguei a aplicação. Escolhi obviamente a aula mais fácil e pequena e carreguei para começar. Uma senhora com uma voz incrivelmente relaxante começou a falar e a explicar-me o que deveria fazer com o auxilio de fotografias com as respectivas posições. Parecia fácil. Tinha que me sentar de pernas cruzadas e costas direitas. Enfim, nada de mais.

Até aqui tudo bem. Ela lá mudou de posição e eu tentei imitar da minha forma desengonçada e descoordenada como toda a gente já conhece. Mas o que interessa é que estava a tentar. Dei o melhor de mim para me tentar sentir melhor e de início pensei: "bem, acho mesmo que consigo dar cabo disto na boa".

Errado.

As poses eram fáceis. Os tempos para aguentar eram aceitáveis. Não havia nada que uma pessoa normal não pudesse fazer. Era básico e relaxante. Excepto para mim.

Confesso que me comecei a rir com a minha própria desgraça ao tentar suportar o peso do meu corpo numa prancha e a cair de seguida apenas porque o meu pulso não fazia a mínima força sem me doer como se estivesse partido (não está).

Tentei outra vez. Um bocado atrasada no meu timing e tal mas continuei a fazer o que a simpática senhora relaxante dizia. Só que ela decidiu complicar como se ainda não estivesse satisfeita com as minhas figuras tristes. Era preciso começar na posição de "downward dog" - confesso que não sei a tradução para português sem fazer o nome parecer ridículo - e estava-me a aguentar minimamente bem quando ela muito calmamente me diz para levantar a perna esquerda e esticá-la lá atrás o máximo que podia.

Ora, quem me conhece sabe que para além de ser extramemente descoordenada também não tenho a elasticidade que tinha quando andava no ensino básico e mesmo aí não conseguia fazer a avaliação de elasticidade sem parecer uma falhada no âmbito físico.

Manter uma perna estendida no chão enquanto a outra se erguia atrás de mim também esticada seria um verdadeiro desafio. Numa súbita vontade de provar a mim mesma, e à gravação relaxante de como não sou uma desistente, fiz o que ela disse e aguentei uns poucos segundos a tremer. Então ela decidiu que eu devia levantar a perna direita desta vez. Estão a imaginar a cena certo?

Para além disso, tenho uma fantástica habilidade de deslocar os membros do meu corpo momentaneamente sempre que me movimento de uma forma mais complexa. Ainda há dois dias baixei-me para apanhar qualquer coisa do chão e quando me levantei outra vez senti uma dor aguda no meu ombro e os músculos todos presos como se tivesse acabado de me desmontar toda.

Portanto, nisto tudo a grande lição que tenho para dar a todas as pessoas que não se cansam de me sugerir yoga, ginástica, pilates e outras coisas tais: simplesmente não dá.

Com isto não quero dizer que não vou voltar a tentar (sou demasiado teimosa para isso) ou seguir outros conselhos de terapias alternativas para conseguir descobrir algo que efectivamente resulte.

Mas neste momento, deixem-me dizer-vos, a única posição de yoga que consigo fazer é aquela que envolve estar deitada de barriga para cima sem mover um único músculo. Essa existe, certo?!

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